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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Shhh...

Mundo paradoxo onde somos obrigados a nos transformar em pessoas criadas a partir de expectativas, porém, ao mesmo tempo, devemos ser desprendidos de opiniões alheias sobre como devemos ser. Por isso, hoje, me deixe sozinha em meu silêncio. Deixe que eu esvazie-me de todos os pensamentos até sobrar somente a essência, e dela, reconstruir importantes pedaços de mim deixados de lado com o intuito de adaptar-me a um modelo pré disposto.

Apenas deixe-me. Deixe-me sozinha em meu silêncio.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Somente um dia

Somente um dia é necessário para transformar o pensamento, as atitudes e, definitivamente, mudar o rumo da vida. Finalmente o tão aguardado chegara para limpar as nuvens que ameaçavam tempestades de dúvidas e incertezas.

Neste dia fatídico as barreiras colocadas a partir de teses mirabolantes criadas em nossa mente são derrubadas, pois são somente lixo cerebral e só tem a serventia de nos limitar. Mas para atingir esse resultado devemos curar o pensamento. Ele é a primeiro estágio, o nosso guia diário e nos faz escolher desde o que tomaremos no café da manhã até o nosso destino, como também se este é mais um ou o melhor dia de nossas vidas.

Em um segundo momento, aja. De que adianta o pensamento livre em um corpo estagnado? Ande, caminhe corra, voe! Aproveite uma mente cheia de espaços vazios, antes impregnados pelas barreiras, e a ocupemos com pretensões e vontades. Certeza de que elas lhe darão força para se movimentar. Afinal, para as coisas boas virem, devemos procurá-las primeiramente. Partir, apesar das dificuldades, por que estas são inevitáveis, porém, não devem ser as protagonistas de nossa historia.

Por último, a parte mais fácil da trilogia. Sem que nos esforcemos muito, a mente e o corpo começam a se mesclar. Unidos pelo mesmo objetivo criam caminhos e uma infinidade de destinos. A felicidade, a tranquilidade e a certeza estão em todos eles, independente de qual seja a escolha. Agora é a vez da vida, por si só, nos dar aquele empurrãozinho o lugar onde nos sentimos a vontade para criar, sentir e ser.

por Venes Caetano

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Impulso

Dia desses, assistindo televisão como de costume, ouvi uma personalidade da mídia afirmando que para alcançar o sucesso precisou dar uns passos para trás na vida para que pudesse alcançar o sucesso. Imediatamente me identifiquei e soltei uma de minhas pérolas inconscientes: "Estou é cansada de andar de ré!"

Naquele momento parei, me ouvi e caí na risada! Sim, rir da nossa desgraça também é construtivo. Parei repentinamente e tive uma conclusão ainda mais genial que o resumo feito da minha vida. "Tomara que minha vida seja tipo daqueles carrinhos de tração de criança, pois quando ela resolver andar para frente, que suba até parede!"

Isso pode soar negativo para alguns, mais depois de um moonwalker extenso foi somente o bom e velho humor negro que restou. Deve ser meu otimismo tentando sobreviver com alguns suspiros de alegria... Agora, tomara mesmo, que tanta ré me impulsione o mais rápido possível para frente, pois estou bastante cansada "fazer o Michael".

terça-feira, 18 de junho de 2013

Do contra

Mesmo com um resquício de teimosia na minha personalidade, não sou contrária a quem não concorda comigo em alguns pontos. Até tolero coisas julgadas por mim como imbecilidade para não exaltar os ânimos, pois chegar a um ponto comum demoraria décadas e não tenho todo esse tempo disponível, infelizmente. Porém, sou completamente contra quem é avesso a, pelo menos apoiar, pessoas que lutam por um bem comum de milhões.

Tenho a impressão de que as conquistas pessoais de algumas pessoas afetam diretamente a opinião delas sobre questões sociais. Interessante porque as mudanças que beneficiariam a grande massa,consequentemente também ajudariam estes seres desprendidos. A posição social que conquistaram, ou almejam, as fazem esquecer que são parte do povo, que também pagam impostos abusivos e que lhes são oprimidos os direitos como educação, saúde e transporte de qualidade. Afinal, um país evoluído é onde o rico faz uso do que é público. Mas acredito que essa separação se deve ao fato de se auto alienarem com seus carros nacionais na garagem, com as viagens anuais com a família e a garantia de um emprego público.

Não, nada disso é fácil de ser conquistado. É preciso muito estudo para conseguir um emprego, planejar bastante para financiar um carro em anos e pagar as passagens em dez vezes no cartão de crédito. Parece que as preocupações com essas questões tão essenciais bloqueiam o cérebro. Fazem com que não enxerguem que os planos de saúde caríssimos que pagam demoram mais de três meses para se conseguir uma consulta ou dias para liberarem uma operação de emergência. Além disso, não estão sabendo que caso o preço do transporte regrida, haverá o aumento da gasolina de forma abusiva. Sem contar que para quem tem condições de pagar os valores das passagens e estadia, viajar para Cancún está bem mais fácil do que conhecer a Bahia, que é aqui do lado.

Acorda, Classe Média! Pare de sofrer. O povo somos todos. Todas as cores, todos os bolsos, todas as crenças. Se apoiar a luta por todos, acredito que sua vidinha também será facilitada. Por isso, não critique. Não passe essa vergonha de se anular e rir de uma coisa que também muito te afeta. É ridículo.



*Este não é um texto generalizador, mas se serviu para você...

Esperança do tempo

A vida está cheia. Cheia de espaços em branco que a inutilidade ocupa e não nos permite preencher. O tempo mau gasto. As ideias desperdiçadas. Tudo questão de prioridades mau listadas.

Fala-se tanto em viver o agora. É praticamente um lema da juventude moderna. Porém, impossível quando os compromissos com a responsabilidade tomam todo nosso tempo.

Justamente enquanto  idealizamos um futuro perfeito milimetricamente planejado, a vida passa. Somos obrigados a deixar os sonhos momentaneamente de lado e nos condicionamos a acreditar que um dia os realizaremos.

A conquista deve ser maravilhosa, acredito. Espero. Os desorientados, em meio a afazeres nulos diários, não perceberão que a bendita ficou para trás. Em breve, estes irão se arrepender de terem deixado de viver.

Sobreviver, somente por enquanto. Não para sempre. Vivamos, aproveitemos, preenchamos nosso dia! Pelo menos, tentemos.

por Fábio Moon e Gabriel Bá

terça-feira, 11 de junho de 2013

Project 365

Como já sabem, adoro fazer listas e não costumo cumprir tudo o que coloco nelas. Mas este é um item que tenho protelado há bastante tempo e não quero mais colocar barreiras para realiza-lo.

Para quem não está habituado com este nome, o Project 365 nada mais é que tirar uma foto por dia durante um ano. Os objetivos são inúmeros! Saber como aproveitou aquele período, tentar a fazer algo incrível para compartilhar e se esforçar a enxergar coisas bacanas nessa vida tão normal que a maioria de nós leva.

Não é uma coisa nova, mas também não é super batido. Afinal, nem todo mundo já ouviu falar na existência desse tipo de projeto. E, o mais legal dele é que não há restrições quanto ao equipamento usado, o tema da imagem e o uso de mecanismos que alterem a realidade daquela fotografia. A única regra é clicar uma foto por dia.

O dia escolhido para dar início ao meu projeto é amanhã, meu aniversário. Isso porque, além de ser o início do meu ano, de acordo com o horóscopo - sim, eu acredito - coisas interessantes começariam a acontecer a partir da metade deste ano. Por que não tentar?

As imagens poderão ser vistas aqui: http://grazigama.tumblr.com/

Por Adão Iturrusgarai

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dedicatória aos pessimistas

Hoje eu não estou para negatividades. Em nenhum dia deveria estar. Por algum motivo, apenas não quero ouvir  o que parece sensato a outros olhos. Deixe-me viver essa loucura e guarde seu comodismo, não o quero.

Deve existir um por que de nos deixamos envolver pelos massacres diários de pessimismo alheio. Estes alienadores de ideias tentam sugar até os mais ofegantes suspiros de criatividade e são somente meros telespectadores de inovações. E, por medo de ousar, preferem que todos permaneçam em seus assentos.

Todos os dias tento criar um escudo para proteger meus pensamentos mais diversos, pois estes podem se perder em meio a tantos críticos. São muitas as conjunções adversativas, só não vejo problema em alguns poréns, pois os entretanto vem aos montes e são muito mais interessantes.

Não vou me deixar levar pela incerteza dos negativos, pelo medo que os rodeia, pelo comodismo. Já não discuto, pois nem todas as trocas estão saudáveis. Grande parte das conversas só nos desgasta e fazem com que percamos tempo. E este, nos dias de hoje, é uma das coisas mais preciosas.

O mundo está lotado de seres escorregadios fixados em um concreto de achismos. Devemos ter cuidado quando passamos por eles, pois se nos deixarmos envolver, podemos trocar o rumo de nossas ideias e acabar no caminho dos estagnados.


por Diego Barreto

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Como viver uma história
que não se quer ter?
Teorizamos como ser,
onde estar
e o que fazer.
Eu só queria
viver.



Por Beea Moreira

* Sim, este é o post número 100! 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Filtro

Ninguém nos ensina a medir nossas palavras. Na infância somos calados, reprimidos e, os poucos conseguem falar o que pensam, são rotulados de malcriados e mal educados. Mas depois deste período de poda, o mundo nos dá um megafone e, praticamente, nos obriga a comentar nossa opinião sobre tudo.

Nessa transição, a única mudança é do silêncio para o esporro, pois continuamos agressivos, teimosos e mimados. Como nosso filtro, agora, é somente manipulado por contra própria, por vezes esquecemos dele em casa por ser pesado, incômodo e só servir para abrandar certos dizeres. 

Não se preocupe se alguém não usá-lo com você. Às vezes um choque de verdade sem filtro é mais interessantes do que enrolar e não chegar no lugar pretendido. Mesmo não sabendo medir as palavras, não são todos que magoam por mal. Depois de tantas voltas, não fazer uso dele, talvez, tenha sido a última maneira de dizer.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Vejo

Vejo pessoas inseguras
Que preferem agredir
Em vez de serem encantadoras.

Vejo pessoas grosseiras
Que preferem maltratar
Em vez de respirar.

Vejo pessoas infelizes
Que preferem estar certas
Em vez de aprendizes.



por Adão Iturrusgarai

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Iluminada

Oscilação humorada.
Hoje acordei ensolarada.
Não me preocupei se quem, eu ou o sol, clareava.

Se a luz que se dissipava
Era emitida ou refletida.
Só sei que estava iluminada.


Por  Enriqueta e Fellini

terça-feira, 7 de maio de 2013

Sobre Matemático

Não o povo que habita a internet, mas a TV e os sites estão nos metralhando com a morte do traficante Matemático. Já não basta as rajadas que vimos na televisão, continuam multiplicando essa violência com quem diverge nas opiniões, sendo elas contra ou a favor da morte do bandido.

Vamos aos fatos? Sr. Márcio José Sabino Pereira, nome do já citado acima, recebeu um benefício em 2009 de ter o regime semi-aberto. Não, mas ele não voltou para sua cela, simplesmente ficou foragido cometendo mais crimes. A ficha criminal do digníssimo continha  26 inquéritos por tráfico de drogas, associação para o tráfico e homicídios. Fica claro que o cara não era um bom partido.

A pena de morte é proibida no Brasil desde 1889, com a Proclamação da República, porém é utilizada não oficialmente no nosso país, como este assassinato, por exemplo, que está gerando tanta revolta da mídia e dos populares.

Sempre fui a favor da pena morte para pessoas comprovadamente perigosas, mesmo fazendo uso de metralhadoras aéreas, como foi o caso da invasão do complexo da Penha. Quem de nós, que sofre com a violência do Rio, não torceu para que fossemos os vencedores daquele vídeo game da vida real em 2011?

A única diferença entre os dois casos foi única e exclusivamente o local escolhido. Enquanto para matar os traficantes do Complexo da Penha foi um matagal no cume do morro, para Matemático foram nas ruas da favela da Coreia, em Senador Camará.

Para nós, que não vivemos em comunidades, fica fácil apoiar a ação dos policiais, já que aqui no asfalto são os marginais que, em parte, vivem nesses locais, nos incomodam. E grande parte deles não tem mais jeito e deve ser eliminado, mesmo que seja com uma arma que dá 20 tiros por segundo.

Porém, para quem mora nesses lugares, não deve ter sido nada divertido, em um sábado a noite, ter a possibilidade de sua casa de alvejada de tiros. Está um Classe Média Sofre geral nas redes sociais que não perceberam que na favela existe tanta gente boa quanto no asfalto, mas para estes, elas devem ser insignificantes. Só mais um integrante do bolsa família, não é mesmo amiguinhos da nova classe C?

Todos apoiando a polícia pela ação bem sucedida. Mas e o povo da Coreia que deve ter ficado apavorado com as centenas de tiros disparados sobre suas cabeças? Pode ter sido um alívio ter se livrado de mais um desses inúteis, mas o trauma de não saber onde se esconder mesmo sob um teto talvez não seja esquecido facilmente.

A única pergunta que não me sai da cabeça é: por que aqui no asfalto um tiro é tão absurdo, mas centenas deles na favela é normal? A desculpa do bom motivo não deveria existir, pois poderia ser usada uma inteligência para que essa ação policial fosse planejada e executada de outra forma. Mesmo não tendo atingido ninguém fora do alvo, ninguém na favela ou asfalto gosta da possibilidade de tomar um tiro sendo inocente.



Tentativa

Tentamos muito. Tentamos todo o tempo. A vida, resumidamente, é uma sequência de tentativas. Erros e acertos, as consequências.  E tudo isso ocorre por criarmos diversas necessidades ao longo do caminho. Seria interessante a vida se não nos interessássemos em buscar novas formas de ser?

por Laerte

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Helena

Era um dia de semana como outro, nada diferente habitual havia acontecido. Só queria mesmo era chegar em casa. Subi a rua bem devagar, como de costume, para aproveitar um pouco mais o ar livre. Tranquila, por ser sem saída, às vezes posso ouvir o som dos passarinhos me recepcionando a cada passo.

Olho para o portão e vejo se tem alguém a minha espera. Quase nunca tem, mas às vezes meu avô coloca o lixo para fora justamente na hora que estou chegando. Pode ser coincidência, mas prefiro acreditar que não. Ele coloca os saquinhos no chão e me olha sorridente na maioria das vezes.

Sempre chego depois de escurecer, porém desta vez o sol ainda estava se pondo. O dia estava amarelado, como um típico fim de tarde de verão. As luzes dos postes começaram a acender e, ainda envolvida com o som dos pássaros, olhei em direção à casa.

Ela estava ao lado do meu avô que sorria como quem ganha um presente esperado por anos. E instantaneamente parecia que tinha entrado em um transe que misturava felicidade e ansiedade. Sentia a vibração mesmo que de longe ainda. Tive vontade de correr, mas ver aquele sorriso gostoso dos dois eternizado em minha mente, me fazia dar passos vagarosos.

Foi uma visita rápida, daquelas que só tomam um cafezinho, comem um bolo quentinho e falam sobre coisas banais. Porém, nem uma palavra foi dita. Para nós, bastava apenas trocas de olhares para que soubéssemos o motivo da ilustre presença dela.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Manual da Felicidade

Fui feliz quando não mais pensei em justificativas.
Também fui feliz quando não criei expectativas.
Feliz quando não me deixei influenciar.
Quando me eduquei em não acreditar.
Quando não me deixei levar.

Fui feliz quando a mim justifiquei.
Também fui feliz quando sonhei.
Feliz quando me inspirei.
Quando me creditei.
Quando me superei.





quinta-feira, 2 de maio de 2013

Ser nascer ser escolher ser

São discussões acaloradas que nos estimulam as mais profundas descobertas da mente. Nem nós mesmos sabemos exatamente o porquê pensamos certas coisas, talvez seja pela influência de outras pessoas no período onde começamos a ter discernimento sobre o que acontece a nossa volta.

Como nunca fui de aceitar respostas apenas negativas e positivas, me tornei bastante questionadora. Tenho a necessidade de entender o porquê de certas opiniões, atitudes e em que estas influenciam diretamente na minha e na vida de outras pessoas.

Porém, existem coisas que saltam aos olhos e se mostram de maneira tão pura e simples que, sinceramente acredito, não devemos procurar um motivo, somente aceitar pessoas, situações e a vida, pois estas estão aquém de nosso entendimento.

A diferença das pessoas não está no que elas são, mas nas escolhas que tomam. Opiniões e atitude são questionáveis e mutáveis, porém do que cada um é feito e sua essência, mesmo com todas as influências externas possíveis, nunca pode ser um determinante a ser julgado.

Por Alexandre Beck

terça-feira, 16 de abril de 2013

O Diabo

Um mundo contemporâneo regressor age, como na inquisição, colocando a culpa no pobre do diabo por tudo de ruim que acontece. Não existem acidentes, consequências, pré-disposições e, muito menos, destino. É tudo culpa dele!

Será que o diabo está mesmo preocupado em perturbar cada ser humano e dar essa importância detalhada só com o intuito de nos ferrar com pequenas coisas? Imagina o quão trabalhoso seria. Desde uma topada, um ônibus lotado, um amigo falso ou uma doença. Problemas tão comuns que, sinceramente, ele daria um copy paste, básico, só para completar a cota de maldades do dia.

Tudo bem, isso pode até soar divertido para ele. Afinal, nós, humanos, também achamos engraçado ver a desgraça alheia, mesmo que por coisas bem menores e muito bem escondido da sociedade. Mas longe de qualquer julgamentos, sim, nós rimos.

Diferente de nós, que perdemos tempo com isso, o diabo, deve ter mais o que fazer. Certamente, está divertindo-se bastante jogando, bebendo e fumando algo ilícito por aí. Sem falar no sexo livre, descompromissado e sem segurança. Deve estar mais preocupado em se satisfazer a se preocupar com essa gente tão inútil da Terra.

A única preocupação dele deve ser criar o anticristo para destruir tudo de uma vez, o que dá muito menos trabalho. Para que se preocupar em atrapalhar bilhões de pessoas focando em cada uma se pode disseminar tudo de uma vez, não é mesmo? Ah, e tem mais, já li por aí que ele vai ser derrotado rapidinho. Então, para que perder tempo com isso também?

Se algo de errado acontece, não o culpe, pois as pedras e buracos da vida a desviar fomos nós mesmos que criamos. Afinal, tivemos livre arbítrio para escolher em quais estradas percorreríamos. Então, caro amigo, deixe o diabo em paz. Ele está lá se divertindo enquanto você, ao invés de se preocupar em não cair ou tropeçar, cada vez que afunda, lembra de quem nem liga para sua existência.

Por Will Tirando

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Arco-íris

Uma longa estrada a percorrer. Já tirei meus sapatos e, ainda de meias, coloquei os pés sobre os bancos. Não nasci para ficar com eles amarrados em uma prisão mesmo que confortável. Precisam encostar no solo, sentir os grãos de areia passando entre os dedos, como se, literalmente, tivessem que reconhecer o lugar através do rastro de história passado por aquele caminho.

Observo aquela estrada sem fim. Serras, árvores, planícies, plantações, casebres abandonados. Me senti em  silêncio olhando aquela bucólica paisagem. Sem aviso prévio, gotículas de água começam a molhar os vidros  mesmo com a presença de um tímido sol. Podia sentir o gelado da chuva só de olhar a espessura e a velocidade com que caíam.

Logo me questionei se seria agraciada logo no início daquela longa viagem. E da dúvida, a certeza. Lá estava ele, imponente, exibindo cores vibrantes, em um lugar de destaque no horizonte estrategicamente escolhido. Luz e água se cruzaram no céu formando uma combinação admirável no horizonte e não se fazia necessário a presença de um pote de ouro em sua extremidade para que fosse verdadeiramente valioso.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Solteira sim, sozinha nunca, desesperada sempre

A idade avança rápido, tentaram me avisar, mas não acreditei. Depois dos 15 anos o tempo voou sem que eu pudesse perceber e a prova é a comemoração dos meus 18 anos pela oitava vez em junho deste ano. O tempo corre na direção dos trinta. Aquela fase da vida conhecida pela cobrança de marido, filhos, família, emprego estável, amadurecimento. O desespero começa a surgir quando pressão da sociedade se torna cada vez mais intensa para conquistar estes itens o mais rápido possível.

Essa imposição afeta principalmente as mulheres, infelizmente. Enquanto homens, em sua maioria, estão mais preocupados em vencer na carreira, elas, além disso, querem uma família antes da tal idade. Assim começa a busca por um companheiro para chamar de seu. Um cara que seja bacana, que tenha emprego fixo, dinheiro, carro, que também seja bonito, não fume, não beba e seja respeitador, mas cafajeste hora do sexo e que seja... e que seja...

É, com a idade cada vez mais estamos exigentes, não que isso seja ruim, mas miradas na perfeição, não admitidos os defeitos do outro por menores que sejam. A consequência é afastar aqueles caras bacanas só por que estão com uns quilinhos a mais, por que gostam de uma cervejinha com os amigos, precisam assistir o futebol no domingo ou é seu amigo demais para um relacionamento.

A consequência desse comportamento todos sabemos, mas isso não é ruim! Esse período de solteira é maravilhoso para descobertas de gostos, estilos, pessoas e isso sem que ninguém influencie diretamente ou reprima por pensar diferente. Só que chega uma hora cansa e encontrar alguém para compartilhar parece uma boa ideia, mas o ideal criado de um homem que a complete simplesmente não existe.

O jogo da conquista começou! As faísca da auto-afirmação começa a surgir, pois a dificuldade de se encontrar a alma gêmea não deveria ser difícil se é mulher bonita, inteligente e bacana. Mas, se você realmente fosse a última bolacha do pacote, alguém já teria vindo te comer, certo?

A necessidade de sempre se apresentar como única só mostra o quão sofrida é pela sua condição desesperada de pessoa sozinha. Se realmente não ligasse para isso, não ficaria distribuindo frases de autoajuda, mas, sim, sua alegria de viver. E de bem com a vida, e com o mundo, irá atrair pessoas cheias de virtudes. Isso irá te impedir de prestar atenção nos "defeitos" e será seduzido pelo que realmente interessa.

por Miguel Paiva

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Na crise dos 25

Um momento de crise! A cada 5 anos entro em paranoia sobre quem sou para o mundo, por que, como... quase um lead completo. Sinto como se tivesse a missão de reiniciar o jogo da vida e desconstruir cada questão incômoda e acumulada ao longo desse período para, enfim, reformular tudo com a certeza que tenho nesse momento.

A sensação é de como se não tivesse acorrentada por ideias tão retrogradas que perderam a validade. O desejo de me desfazer delas e criar outros rumos é quase uma imposição para prosseguir. Questões crescem em proporções que não posso organizar mentalmente uma ordem para resolve-las.

O desejo de ser, sem questionado o por quê começa a fazer sentido. Aquela necessidade de aprovação foi descarda e uma ideia de onisciência sobre o que deve ser feito surge do vazio. Mas a culpa do acúmulo em um lustro de ter chegado a esse ponto é toda minha por permitir a opinião externa influenciar nas decisões tomadas em um passado não muito distante.

Toda a confusão gerada dentro é mim é externada de forma expansiva, pois como estou presa em pensamentos, quando consigo exterioriza-los vêm com uma intensidade tão semelhantes quanto a força da palavra 'libertação'. Quebro os paradigmas internos e passo a não viver inutilmente como se estivesse adormecida enquanto a vida passa.

Me afronto, me imponho e me despeço. É uma nova fase.

Por Elcerdo

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Ser Egocêntrico

Mensagens subliminares estão em todos os lugares, algumas vezes na pontinha do nariz, outras em outdoors. Mas não significa que são visíveis como parecem ser, já que detalhes não podem ser vistos à distância e nem grandiosidades de perto.

O bom da vida está a nossa volta, mas ele só é revelado quando toda a graça que achamos do nosso umbigos se esgota. Existe tanta gente boa, fazendo coisas incríveis e as compartilhando enquanto ficamos no nosso mundinho previsível e perdemos toda a diversão.

O centro de atenções, na verdade, não existe. É melhor pararmos de olhar o nosso reflexo no espelho da "madrasta" e criarmos uma autoimagem distorcida, já que essa perfeição, somente nossos olhos conseguem enxergar. Além disso, viver sozinho nunca foi opção, bajuladores cansam e pessoas com pouco a acrescentar se tronam desinteressantes com o tempo.

Deixar o ego passear pode ser a coisa mais inteligente a se fazer. Olhar em volta e perceber que só teremos a capacidade de sermos completos quando realmente estamos abertos para perceber e sentir a felicidade alheia. Poder sempre agregar coisas novas, experiências e possibilidades geradas através da convivência a fim de nos tornar pessoas incrivelmente completas.

Acredito que essa seja a receita para que nos enxerguem pelo que somos de verdade e, sem pretensão, mostramos o que existe de melhor por dentro e não aquela imagem criada que, na verdade, ninguém faz, além de nós mesmos.

É hora de pararmos de nos preocupar em inflar o ego, pois a única pessoa que conseguimos manipular e cegar somos nós mesmos. Abra os olhos, foque no positivo, observe o outro, sinta, ouça, viva. Seja tudo, completo, pleno. Deixe-se envolver, mas nunca se cerque, o bom está além. Pode olhar.

Por Maurício de Souza

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A espera

Mais uma vez estou aqui sentada em frente ao computador nesta sala gelada e sem umidade.
Mais uma vez me questionando se será assim para sempre ou só até às seis horas da tarde.
Mais uma vez penso nas minhas escolhas e em tudo o que me fez chegar até aqui.
Mais uma vez tentando enxergar onde está a saída.

Em vez de agir, permaneço.
Em vez de agir, fico perdida com a variedade de caminhos.
Em vez de agir, observo outros caminhando e alguns estagnados.
Em vez de agir, eu espero.

Espero que seja momentâneo.
Espero que seja rápido.
Espero que seja avassalador.
Espero a aguardada mudança mais uma vez.

Por Clara Gomes

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Nós, jovens

A liberdade, independência e opinião são uma camuflagem. É tolo pensar que dá para usar esse recurso sem que ninguém perceba o rastro de insegurança deixado nos discursos. A sorte é que os mais antigos se esqueceram como é ser como nós.

A faixa de idade denuncia as incertezas em nossas vidas. O exibicionismo das conquistas gera estímulos ambíguos que nos obrigam a buscar pela vitória enquanto escondemos sucessivos fracassos. As possibilidades, felizmente, existem, mas a maioria delas é intangível pelos limites que impomos a nós mesmos.

Tentamos passar pela juventude sem pudores, sem regras, sem medo, sem culpa e sem expectativas, mas estamos expostos e vulneráveis à ações externas. Somos frágeis as pressões da vida e, por isso, nos tornamos egocêntricos a ponto de tentarmos provar, para nós mesmos, que existe a possibilidade de construirmos nossa história de uma maneira diferente da convencional.

Nascer, crescer, reproduzir e morrer. Observe como a grande maioria vive assim, sem objetivos e, a cada dia, perde a capacidade criativa de se transformar em algo fabuloso. A medida que os anos passam vejo que iremos perder essa vontade de tentar fazer diferente por apenas não pensar mais em tentar. Estamos fadados a copias?

por Charles Schulz

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Preciosidades perdidas

Não é só no campo que passarinhos existem.

É você, ser urbano, que não pausa para poder ouvi-los.

Nosso tempo está precioso demais para isso.

Não prestamos a atenção no que acontece a nossa volta.

Comemos depressa. Caminhamos rápido. Até nossa respiração é ofegante.

Nossos sentidos são pouco utilizados;

Não prestamos a atenção na textura, no gosto, no cheio, nos detalhes ou no canto dos pássaros.

Sempre em busca de segundos a mais;

Sempre correndo atrás do tempo.

E, por mais incrível que possa parecer, ele mantém a mesma velocidade todos os dias.

Por Clara Gomes

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Cegueira

Parece que as coisas estão se iluminando aos poucos. Eu devo acreditar que sim. Aquela estrada sinuosa que percorri por toda a noite está se aproximando do fim. As ideias, enfim, parecem claras. Só espero não ter surpresas desagradáveis na hora da chegada, pois tudo parece se encaixar tão perfeitamente e não entenderia se um vento repentino espalhasse toda aquela confusão novamente.

Achava que era noite, mas apenas uma venda fina cobria meus olhos e me fazia somente enxergar a escuridão. O processo de retirada é devagar  mas faz todo o sentido, pois meus olhos não suportariam a intensidade da luz de uma só vez, isso me cegaria novamente. É um procedimento lento, mas necessário.

Enfim, mesmo em meio dessa escuridão, consigo avistar a linha de chagada, mas sei, ainda faltam quilômetros a percorrer. Preciso me acostumar com a falta de luminosidade, eu sei. Nada como o tempo para abrir os olhos.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Um dia por vez

Uma vez me disseram que essa constante insatisfação era bom para mim. Inicialmente não entendi como uma coisa que me angustia tanto, possa ter um lado positivo. Só depois percebi o poder que isso tem na vida, pois significa que tenho essa vontade imensa de ser, tão grande que não cabe dentro de mim, como se forçasse minha mente para novas ideias a fim de conseguir ultrapassar meu limite. Sim, eu deveria agradecer por isso.

Esperar que as coisas aconteçam nunca foi opção, por isso essa aflição de saber, o mais rápido possível, por onde seguir. Se aguardar o movimento dos astros ou do divino resolvesse, não estaria praticamente no ponto de partida. Porém, não sou completamente descrente, estes em ajudam sutilmente indicando caminhos, referências, objetivos alcançáveis, pessoas em situações parecidas; basta saber enxergar. Dessa forma eu vejo a existência de uma solução palpável e não alimento a ilusão de uma coisa que ainda não existe. 

Mesmo assim, sinto aquela pressão da vida enquanto as pessoas dizem que não estão me empurrando para que tome alguma decisão acertada para ontem. E fico cansada dessa confusão mental, que cada vez mais se torna física. Vejo olheiras no espelho, sinto dores nas costas e a gravidade parece mais forte.

Meus passos ainda são curtos diante a imensidão do mundo. Só queria descobrir o ingrediente que falta para conseguir fazer meu universo girar na velocidade do meu comando. Espero, depois de estar no ritmo, passar por cada obstáculo com alegria por saber que, mesmo com todas as dificuldade, não estou perdendo meu tempo, pois consegui escolher um caminho certo entre tantos outros.

Vivo devagar, por enquanto, pois decidi aproveitar o hoje e não ficar esperando o tal momento oportuno. Me sinto melhor por ter tomado essa decisão, mesmo sabendo que a rotina vai me torturar todos os dias. Pelo menos nunca vou poder dizer que pulei etapas, fiz tudo nos mínimos detalhes e sem pensar nas consequências, mas nos atos. Sem expectativa, peça por peça, construindo aquilo que acho de suma importância multiplicados e potencializados a partir do momento que decidi viver assim: um dia por vez.

Mantra

da página Vida de Óculos

domingo, 13 de janeiro de 2013

Lugar ao sol

Há muitas árvores, existe sombra em todos os lugares. Às vezes avisto um filete de sol, mas tantas pessoas estão a minha volta que fica difícil chegar até lá. Uma aglomeração acontece quando o vento faz sua parte. A cada movimento das folhas, todos, ao mesmo tempo, andam em direção a luz. Está tão frio que não consigo mais pensar em uma maneira de passar por cima dessa multidão sem ferir ninguém. Eu só quero me aquecer um pouco para que eu possa seguir em frente, mas falta espaço. Sinto meus dedos congelaram. Por favor, me ajude, me dê um pouco de luz.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sentimento

As borboletas sempre decidem acordar de um sono prolongado para fazerem festa no meu estômago. Enquanto isso, um ventinho, daqueles que parecem brisa, sopra mesmo quando estou em lugares completamente fechados e faz com que meu cabelo encoste nos pelinhos da minha nuca. Um choque bem levinho os fazem arrepiar.

Toda aquela sinestesia acontece com o fechar dos meus olhos e eu nem preciso apertá-los com força para sentir a vibração daquele momento, que pode durar segundos no tempo de um relógio, mas para mim, é uma sensação de eternidade, como se não existisse nada além daquele momento, como se eu pudesse ver todo o positivo da vida.

Uma redoma de sentimentos bons me envolve e, mesmo conseguindo enxergar o que está ao meu redor, nada atinge com precisão. Só preciso respirar fundo para sentir um aroma com o poder me leva a lugares que me trazem uma sensação indescritivelmente boa.

A intensidade é uma mistura entre o concreto e o abstrato, mas desaparece com um estalo de realidade. Só queria sentir tudo isso de novo em um piscar de olhos qualquer.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Solidão mental

Grandes problemas os meus. Todos criados em minha cabeça e alimentados pelo ócio. Esse conformismo não me deixa tomar a decisão de sair do comum. Viver intensamente a falta do que falar, me obriga dizer repetidas vezes o não. Crio a necessidade de reclamar e isso se torna cada vez mais frequente. A estática toma conta da mente, alma e corpo. Apenas fico. Aqui.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Chuva de verão

Estamos somente mostrando aquilo que queremos que vejam, ao invés de revelar as verdades que existem por dentro. Dessa maneira, abrimos uma pequena brecha para tirarem conclusões sobre nossas vidas. E mesmo que sejamos os grandes culpados disso, nos sentimos invadidos por, algumas vezes, o outro nos conhecer melhor que nós mesmos.

Saber ouvir é questão de sabedoria, como também filtrar e separar o que nos eleva e o que nos afunda. Parece que quando o céu dos nossos pensamentos está nublado, não conseguimos distinguir quem está tentando nos puxar de volta. Nossas mãos se tornam escorregadias e não conseguimos nos fixar em nada, nem naquilo em que mais acreditamos ser a nossa salvação.

Não mascare derrotas, não finja ser forte, sofrer sozinho enfraquece ainda mais. Não compartilhar sentimentos com os mais próximos nos deixa vulneráveis a qualquer tempo. Um chuvisco se torna tempestade em segundos. Nos afundamos sozinhos em silêncio, pois os que estão ao nosso redor estão bloqueados por um muro de falsa felicidade.

Só quando o cheiro do fundo do poço surge, mãos de todos os tipos aparecem. Umas com a intenção de afagar, outras que te darão uma surra para que acorde deste transe. Basta escolher ser quer ajudada por quem irá te puxar de uma vez ou àqueles que passarão a mão pela sua cabeça dizendo que está tentando.

As mensagens podem não ser agradáveis para seu coração, mas não é ele que está precisando de ajuda nesse momento. Racionalmente, tudo retornará ao seu lugar, pois chuvas de verão são assim mesmo, passageiras. Você saberá o que deve fazer.

por Laerte Coutinho