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sexta-feira, 1 de março de 2013

Solteira sim, sozinha nunca, desesperada sempre

A idade avança rápido, tentaram me avisar, mas não acreditei. Depois dos 15 anos o tempo voou sem que eu pudesse perceber e a prova é a comemoração dos meus 18 anos pela oitava vez em junho deste ano. O tempo corre na direção dos trinta. Aquela fase da vida conhecida pela cobrança de marido, filhos, família, emprego estável, amadurecimento. O desespero começa a surgir quando pressão da sociedade se torna cada vez mais intensa para conquistar estes itens o mais rápido possível.

Essa imposição afeta principalmente as mulheres, infelizmente. Enquanto homens, em sua maioria, estão mais preocupados em vencer na carreira, elas, além disso, querem uma família antes da tal idade. Assim começa a busca por um companheiro para chamar de seu. Um cara que seja bacana, que tenha emprego fixo, dinheiro, carro, que também seja bonito, não fume, não beba e seja respeitador, mas cafajeste hora do sexo e que seja... e que seja...

É, com a idade cada vez mais estamos exigentes, não que isso seja ruim, mas miradas na perfeição, não admitidos os defeitos do outro por menores que sejam. A consequência é afastar aqueles caras bacanas só por que estão com uns quilinhos a mais, por que gostam de uma cervejinha com os amigos, precisam assistir o futebol no domingo ou é seu amigo demais para um relacionamento.

A consequência desse comportamento todos sabemos, mas isso não é ruim! Esse período de solteira é maravilhoso para descobertas de gostos, estilos, pessoas e isso sem que ninguém influencie diretamente ou reprima por pensar diferente. Só que chega uma hora cansa e encontrar alguém para compartilhar parece uma boa ideia, mas o ideal criado de um homem que a complete simplesmente não existe.

O jogo da conquista começou! As faísca da auto-afirmação começa a surgir, pois a dificuldade de se encontrar a alma gêmea não deveria ser difícil se é mulher bonita, inteligente e bacana. Mas, se você realmente fosse a última bolacha do pacote, alguém já teria vindo te comer, certo?

A necessidade de sempre se apresentar como única só mostra o quão sofrida é pela sua condição desesperada de pessoa sozinha. Se realmente não ligasse para isso, não ficaria distribuindo frases de autoajuda, mas, sim, sua alegria de viver. E de bem com a vida, e com o mundo, irá atrair pessoas cheias de virtudes. Isso irá te impedir de prestar atenção nos "defeitos" e será seduzido pelo que realmente interessa.

por Miguel Paiva