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terça-feira, 16 de abril de 2013

O Diabo

Um mundo contemporâneo regressor age, como na inquisição, colocando a culpa no pobre do diabo por tudo de ruim que acontece. Não existem acidentes, consequências, pré-disposições e, muito menos, destino. É tudo culpa dele!

Será que o diabo está mesmo preocupado em perturbar cada ser humano e dar essa importância detalhada só com o intuito de nos ferrar com pequenas coisas? Imagina o quão trabalhoso seria. Desde uma topada, um ônibus lotado, um amigo falso ou uma doença. Problemas tão comuns que, sinceramente, ele daria um copy paste, básico, só para completar a cota de maldades do dia.

Tudo bem, isso pode até soar divertido para ele. Afinal, nós, humanos, também achamos engraçado ver a desgraça alheia, mesmo que por coisas bem menores e muito bem escondido da sociedade. Mas longe de qualquer julgamentos, sim, nós rimos.

Diferente de nós, que perdemos tempo com isso, o diabo, deve ter mais o que fazer. Certamente, está divertindo-se bastante jogando, bebendo e fumando algo ilícito por aí. Sem falar no sexo livre, descompromissado e sem segurança. Deve estar mais preocupado em se satisfazer a se preocupar com essa gente tão inútil da Terra.

A única preocupação dele deve ser criar o anticristo para destruir tudo de uma vez, o que dá muito menos trabalho. Para que se preocupar em atrapalhar bilhões de pessoas focando em cada uma se pode disseminar tudo de uma vez, não é mesmo? Ah, e tem mais, já li por aí que ele vai ser derrotado rapidinho. Então, para que perder tempo com isso também?

Se algo de errado acontece, não o culpe, pois as pedras e buracos da vida a desviar fomos nós mesmos que criamos. Afinal, tivemos livre arbítrio para escolher em quais estradas percorreríamos. Então, caro amigo, deixe o diabo em paz. Ele está lá se divertindo enquanto você, ao invés de se preocupar em não cair ou tropeçar, cada vez que afunda, lembra de quem nem liga para sua existência.

Por Will Tirando

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Arco-íris

Uma longa estrada a percorrer. Já tirei meus sapatos e, ainda de meias, coloquei os pés sobre os bancos. Não nasci para ficar com eles amarrados em uma prisão mesmo que confortável. Precisam encostar no solo, sentir os grãos de areia passando entre os dedos, como se, literalmente, tivessem que reconhecer o lugar através do rastro de história passado por aquele caminho.

Observo aquela estrada sem fim. Serras, árvores, planícies, plantações, casebres abandonados. Me senti em  silêncio olhando aquela bucólica paisagem. Sem aviso prévio, gotículas de água começam a molhar os vidros  mesmo com a presença de um tímido sol. Podia sentir o gelado da chuva só de olhar a espessura e a velocidade com que caíam.

Logo me questionei se seria agraciada logo no início daquela longa viagem. E da dúvida, a certeza. Lá estava ele, imponente, exibindo cores vibrantes, em um lugar de destaque no horizonte estrategicamente escolhido. Luz e água se cruzaram no céu formando uma combinação admirável no horizonte e não se fazia necessário a presença de um pote de ouro em sua extremidade para que fosse verdadeiramente valioso.