• RSS

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dedicatória aos pessimistas

Hoje eu não estou para negatividades. Em nenhum dia deveria estar. Por algum motivo, apenas não quero ouvir  o que parece sensato a outros olhos. Deixe-me viver essa loucura e guarde seu comodismo, não o quero.

Deve existir um por que de nos deixamos envolver pelos massacres diários de pessimismo alheio. Estes alienadores de ideias tentam sugar até os mais ofegantes suspiros de criatividade e são somente meros telespectadores de inovações. E, por medo de ousar, preferem que todos permaneçam em seus assentos.

Todos os dias tento criar um escudo para proteger meus pensamentos mais diversos, pois estes podem se perder em meio a tantos críticos. São muitas as conjunções adversativas, só não vejo problema em alguns poréns, pois os entretanto vem aos montes e são muito mais interessantes.

Não vou me deixar levar pela incerteza dos negativos, pelo medo que os rodeia, pelo comodismo. Já não discuto, pois nem todas as trocas estão saudáveis. Grande parte das conversas só nos desgasta e fazem com que percamos tempo. E este, nos dias de hoje, é uma das coisas mais preciosas.

O mundo está lotado de seres escorregadios fixados em um concreto de achismos. Devemos ter cuidado quando passamos por eles, pois se nos deixarmos envolver, podemos trocar o rumo de nossas ideias e acabar no caminho dos estagnados.


por Diego Barreto

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Como viver uma história
que não se quer ter?
Teorizamos como ser,
onde estar
e o que fazer.
Eu só queria
viver.



Por Beea Moreira

* Sim, este é o post número 100! 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Filtro

Ninguém nos ensina a medir nossas palavras. Na infância somos calados, reprimidos e, os poucos conseguem falar o que pensam, são rotulados de malcriados e mal educados. Mas depois deste período de poda, o mundo nos dá um megafone e, praticamente, nos obriga a comentar nossa opinião sobre tudo.

Nessa transição, a única mudança é do silêncio para o esporro, pois continuamos agressivos, teimosos e mimados. Como nosso filtro, agora, é somente manipulado por contra própria, por vezes esquecemos dele em casa por ser pesado, incômodo e só servir para abrandar certos dizeres. 

Não se preocupe se alguém não usá-lo com você. Às vezes um choque de verdade sem filtro é mais interessantes do que enrolar e não chegar no lugar pretendido. Mesmo não sabendo medir as palavras, não são todos que magoam por mal. Depois de tantas voltas, não fazer uso dele, talvez, tenha sido a última maneira de dizer.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Vejo

Vejo pessoas inseguras
Que preferem agredir
Em vez de serem encantadoras.

Vejo pessoas grosseiras
Que preferem maltratar
Em vez de respirar.

Vejo pessoas infelizes
Que preferem estar certas
Em vez de aprendizes.



por Adão Iturrusgarai

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Iluminada

Oscilação humorada.
Hoje acordei ensolarada.
Não me preocupei se quem, eu ou o sol, clareava.

Se a luz que se dissipava
Era emitida ou refletida.
Só sei que estava iluminada.


Por  Enriqueta e Fellini

terça-feira, 7 de maio de 2013

Sobre Matemático

Não o povo que habita a internet, mas a TV e os sites estão nos metralhando com a morte do traficante Matemático. Já não basta as rajadas que vimos na televisão, continuam multiplicando essa violência com quem diverge nas opiniões, sendo elas contra ou a favor da morte do bandido.

Vamos aos fatos? Sr. Márcio José Sabino Pereira, nome do já citado acima, recebeu um benefício em 2009 de ter o regime semi-aberto. Não, mas ele não voltou para sua cela, simplesmente ficou foragido cometendo mais crimes. A ficha criminal do digníssimo continha  26 inquéritos por tráfico de drogas, associação para o tráfico e homicídios. Fica claro que o cara não era um bom partido.

A pena de morte é proibida no Brasil desde 1889, com a Proclamação da República, porém é utilizada não oficialmente no nosso país, como este assassinato, por exemplo, que está gerando tanta revolta da mídia e dos populares.

Sempre fui a favor da pena morte para pessoas comprovadamente perigosas, mesmo fazendo uso de metralhadoras aéreas, como foi o caso da invasão do complexo da Penha. Quem de nós, que sofre com a violência do Rio, não torceu para que fossemos os vencedores daquele vídeo game da vida real em 2011?

A única diferença entre os dois casos foi única e exclusivamente o local escolhido. Enquanto para matar os traficantes do Complexo da Penha foi um matagal no cume do morro, para Matemático foram nas ruas da favela da Coreia, em Senador Camará.

Para nós, que não vivemos em comunidades, fica fácil apoiar a ação dos policiais, já que aqui no asfalto são os marginais que, em parte, vivem nesses locais, nos incomodam. E grande parte deles não tem mais jeito e deve ser eliminado, mesmo que seja com uma arma que dá 20 tiros por segundo.

Porém, para quem mora nesses lugares, não deve ter sido nada divertido, em um sábado a noite, ter a possibilidade de sua casa de alvejada de tiros. Está um Classe Média Sofre geral nas redes sociais que não perceberam que na favela existe tanta gente boa quanto no asfalto, mas para estes, elas devem ser insignificantes. Só mais um integrante do bolsa família, não é mesmo amiguinhos da nova classe C?

Todos apoiando a polícia pela ação bem sucedida. Mas e o povo da Coreia que deve ter ficado apavorado com as centenas de tiros disparados sobre suas cabeças? Pode ter sido um alívio ter se livrado de mais um desses inúteis, mas o trauma de não saber onde se esconder mesmo sob um teto talvez não seja esquecido facilmente.

A única pergunta que não me sai da cabeça é: por que aqui no asfalto um tiro é tão absurdo, mas centenas deles na favela é normal? A desculpa do bom motivo não deveria existir, pois poderia ser usada uma inteligência para que essa ação policial fosse planejada e executada de outra forma. Mesmo não tendo atingido ninguém fora do alvo, ninguém na favela ou asfalto gosta da possibilidade de tomar um tiro sendo inocente.



Tentativa

Tentamos muito. Tentamos todo o tempo. A vida, resumidamente, é uma sequência de tentativas. Erros e acertos, as consequências.  E tudo isso ocorre por criarmos diversas necessidades ao longo do caminho. Seria interessante a vida se não nos interessássemos em buscar novas formas de ser?

por Laerte

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Helena

Era um dia de semana como outro, nada diferente habitual havia acontecido. Só queria mesmo era chegar em casa. Subi a rua bem devagar, como de costume, para aproveitar um pouco mais o ar livre. Tranquila, por ser sem saída, às vezes posso ouvir o som dos passarinhos me recepcionando a cada passo.

Olho para o portão e vejo se tem alguém a minha espera. Quase nunca tem, mas às vezes meu avô coloca o lixo para fora justamente na hora que estou chegando. Pode ser coincidência, mas prefiro acreditar que não. Ele coloca os saquinhos no chão e me olha sorridente na maioria das vezes.

Sempre chego depois de escurecer, porém desta vez o sol ainda estava se pondo. O dia estava amarelado, como um típico fim de tarde de verão. As luzes dos postes começaram a acender e, ainda envolvida com o som dos pássaros, olhei em direção à casa.

Ela estava ao lado do meu avô que sorria como quem ganha um presente esperado por anos. E instantaneamente parecia que tinha entrado em um transe que misturava felicidade e ansiedade. Sentia a vibração mesmo que de longe ainda. Tive vontade de correr, mas ver aquele sorriso gostoso dos dois eternizado em minha mente, me fazia dar passos vagarosos.

Foi uma visita rápida, daquelas que só tomam um cafezinho, comem um bolo quentinho e falam sobre coisas banais. Porém, nem uma palavra foi dita. Para nós, bastava apenas trocas de olhares para que soubéssemos o motivo da ilustre presença dela.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Manual da Felicidade

Fui feliz quando não mais pensei em justificativas.
Também fui feliz quando não criei expectativas.
Feliz quando não me deixei influenciar.
Quando me eduquei em não acreditar.
Quando não me deixei levar.

Fui feliz quando a mim justifiquei.
Também fui feliz quando sonhei.
Feliz quando me inspirei.
Quando me creditei.
Quando me superei.





quinta-feira, 2 de maio de 2013

Ser nascer ser escolher ser

São discussões acaloradas que nos estimulam as mais profundas descobertas da mente. Nem nós mesmos sabemos exatamente o porquê pensamos certas coisas, talvez seja pela influência de outras pessoas no período onde começamos a ter discernimento sobre o que acontece a nossa volta.

Como nunca fui de aceitar respostas apenas negativas e positivas, me tornei bastante questionadora. Tenho a necessidade de entender o porquê de certas opiniões, atitudes e em que estas influenciam diretamente na minha e na vida de outras pessoas.

Porém, existem coisas que saltam aos olhos e se mostram de maneira tão pura e simples que, sinceramente acredito, não devemos procurar um motivo, somente aceitar pessoas, situações e a vida, pois estas estão aquém de nosso entendimento.

A diferença das pessoas não está no que elas são, mas nas escolhas que tomam. Opiniões e atitude são questionáveis e mutáveis, porém do que cada um é feito e sua essência, mesmo com todas as influências externas possíveis, nunca pode ser um determinante a ser julgado.

Por Alexandre Beck