• RSS

terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu pedi?

Me aprofundo cada vez mais na fotografia. Leio, estudo, entendo, aprendo, faço. Geralmente as coisas acontecem nessa sequência... Já tentei ser mais artística em uma série de tentativas, mas não deu certo. Finalmente, tive quem me ensinasse como ser mais criativa e não ter medo do "erro", pois ele também pode ser belo.

Depois da prática, da edição, do tratamento, a revelação. Eis que chego em uma loja qualquer, seleciono quais irei apresentar e a doce senhorita cheia de boa vontade diz:

- Ih, essa foto tá turva. Vai querer assim, mesmo?

Tão revoltada com a intromissão da moça, somente consegui responder com:

- É assim que eu quero.

Acredito que não tenha sido grossa desnecessariamente. Afinal, ela não é obrigada a entender alguma coisa de fotografia, mesmo trabalhando em um local que as revele, mas não deve ser abusada ao ponto de opinar qualquer coisa sobre. Fui para ter a foto em mãos, não para pedir opinião.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pense e guarde

Tenho dois defeitos: dar liberdade às pessoas de falarem o que bem entendem sem serem perguntadas e me deixar abalar por isso.

Costumo culpar minha cara - no sentido real da palavra. Por me fazer aparentar ser mais nova do que sou e por sorrir quando alguém dirige a palavra a mim. Também culpo minha voz, por não emitir sons mais graves, demonstrando firmeza, e minha estatura.

Ao analisar esses momentos de conflito, percebo que pessoas ignorantes geralmente são abusadas; não costumam usar aquele famoso "filtro" e falam sem medo de represálias. Abrindo um parênteses: na verdade, é bem possível que essas atitudes simplesmente possam ter origem na falta de educação mesmo, já que gente instruída também vomita "verdades" para todos os lados com toda sua onipotência baseada no vazio de suas certezas.

Tento me policiar todas as vezes em que recebo uma crítica de estranhos ou de alguém que não questionei. Considero que a melhor maneira de agir depois de uma busca desesperada de calma é responder com frases curtas, por vezes monossilábicas.

O interessante disso tudo é que sempre costumo pedir opinião sobre as coisas. Gosto das respostas variadas sobre determinados assuntos; as inúmeras idéias que podem existir sobre uma coisa tão pequena ou outra que pode mudar o curso da vida, do país e do planeta. Por isso, talvez eu não devesse me irritar tanto com os juízos e conceitos alheios.

Fato é que não consigo acreditar na cara de pau de opinar sem permissão, se intrometendo em coisas que não são de sua alçada, seja sobre a vida de alguém, suas escolhas ou pensamentos. E fico realmente incomodada. Uma coisa é achar e guardar para si (ou comentar com o amiguinho mais próximo para não parecer hipócrita), outra é julgar sem conhecer a pessoa, a causa ou a fonte.

Não te conheço, não te perguntei, não quero conhecer sua opinião.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ninguém

Ninguém traiu.
Ninguém fumou. Ninguém bebeu. Ninguém vomitou.
Ninguém se rabiscou. Ninguém tatuou.
Ninguém.


Ninguém se desesperou. Ninguém surtou.
Ninguém chorou. Ninguém se arrependeu.
Ninguém orou. Ninguém rezou. Ninguém macumbou.
Ninguém.

Ninguém dormiu. Ninguém babou. Ninguém sonhou.
Ninguém despiu. Ninguém sacudiu.
Ninguém transou.
Ninguém.


Ninguém bateu. Ninguém correu.
Ninguém desrespeitou. Ninguém xingou.
Ninguém iludiu. Ninguém sorriu. Ninguém curtiu.
Ninguém.

Ninguém sussurrou. Ninguém fofocou.
Ninguém apontou. Ninguém gargalhou. Ninguém julgou.
Ninguém pecou. 
Ninguém.

Ninguém é perfeiro. Ninguém.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Limitar para expandir

Somos muitos, não estamos sozinhos e somos 'obrigados' a conviver com os demais. Seria bom, de vez em quanto, não ter que viver em sociedade, já que todos fazem questão de discordar de tudo o tempo todo como se isso fosse somar alguma coisa. Muito pelo contrário, opiniões construídas erradamente e sem fundamento confundem e distorcem a realidade (ou o sonho).

Na mundo atual, o que mais vemos são esses seres cheios de opiniões. Estufam o peito e soltam como se fossem vendavais, arrastando os demais, com suas verdades absolutas e de suma importância para o crescimento da lógica. Isso tudo para se mostrarem presentes e vivos como parte fundamental na a existência de cada um.

Acredito que a divisão do mundo está bem clara. Os quatro tipos de pessoas que o preenchem são: os que realmente sabem, os que querem muito saber, os que fingem que sabem e os que acham que sabem. Mas não são os dois últimos que me preocupam, pois não cabe a eles o futuro das coisas. O que me deixa apreensiva é que, por vezes, os que sabem e os que querem saber se deixam iludir ou ludibriar pelos antes mencionados.

Desviar delas - dessas pessoas e de suas opiniões - é necessário se quiser ter algum tipo de espaço não disperdiçado de cérebro. Afinal, alguns 'especialistas' dizem que nós usamos somente 10% de sua capacidade. Você não vai querer desperdiçar memória, vai?

terça-feira, 24 de julho de 2012

Frustração infantil

Não tenho canetas coloridas. Na verdade, não lembro de um dia tê-las. Se algum dia as tive, foi para uma rápida substituição daquela azul básica presente em todo estojo.

Não que eu nunca tenha almejado aquele mundo de cores para deixar meus cadernos mais bonitos. Não que eu desdenhasse de quem exibia estojos coloridos e gordinhos. Eu bem que queria ter um daqueles, mesmo que a maioria das canetas não funcionasse.

O poder de compra mudou, hoje posso ter a quantidade de canetas de cores e qualidades que eu quiser, mas ainda não as tenho. Prefiro achar bonito aquele arco-iris embaixo do vidro das papelarias a perder o encanto que têm quando estão juntas.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Amizade

"Quem foi que disse que pra estar junto precisa estar perto?" Eu. Eu estou dizendo que, às vezes, é preciso sim. Grande parte das amizades não se sustenta com pequenas declarações de afeto gratuitas a qualquer momento.

Uma relação saudável de amizade é mais difícil de ser encontrada do que um relacionamento conjugal sério, já que há mais probabilidade de perda e substituição, mesmo que ambas as partes não queiram que este tipo de coisa aconteça. E isso se dá por conta do afastamento cada vez que fazemos escolhas diferentes de como se viver. É inevitável.

Podemos dizer, baseados no senso comum, que a maioria das relações são monogâmicas (oi, Mr. Catra!). Talvez, por esse motivo, acreditamos que é uma realidade controlar nosso parceiro, sabendo onde está e com quem. A amizade, por sua vez, pode ser resumida em uma série de encontros e acasos, já que a quantidade de pessoas que nos cercam é infinita e a rotina de cada um independe da nossa.

Pessoas não precisam de mediadores, o contato direto é sempre uma ótima escolha. O meio é uma forma de requentar aquilo que já foi proposto anteriormente em uma oportunidade física. A verdadeira amizade pode durar anos nesse "forninho" do amor, mas não são todas que irão se manter na temperatura adequada. Então, cuidado!

E, se por algum acaso vocês se afastarem por ciúme, raivinha ou não concordar com certas atitudes, é aceitável. O que não pode existir, em hipótese alguma, é o orgulho. Ele estraga qualquer tentativa de se manter uma amizade estável. Ligue, corra atrás e não tenha medo de tomar aquele "não posso" de vez em quando. Não deve ser mentira, você não está sendo evitado propositalmente, então não tem o que temer.

É preciso vontade. É preciso amor. É preciso presença. É preciso ser proativo. Isso sustenta a amizade!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Tentar menos, ser mais

Como boa geminiana que sou, estou numa pesquisa infinita sobre cada fato do universo. Me alimento todos os dias de informações diversas que podem, ou não, acrescentar alguma coisa em qualquer etapa da minha vida. E vivo assim, nessa constante busca do ser.

Busco tanto que, por vezes, esqueço de ser.

terça-feira, 17 de julho de 2012

20 e poucos anos de sonhos

Anos atrás. Um dia qualquer. Com pressa. Com fome. Em um fast food.

Sentada estava eu, atrás de três meninas que, no máximo, tinham seus 15 anos de idade. Falavam de meninos, de festinhas e, principalmente, de como seria quando tivessem seus 20 e poucos anos. Queria ter me encaixado em tantos sonhos.

Na verdade, dos sonhos propriamente ditos, tive a maioria deles, a realidade é que deixa a desejar. Criamos tantas expectativas de como será nossa vida perfeita que esquecemos dos obstáculos que no impedem, independente do caminho que escolhamos traçar.

Para alguns isso é um tremendo estímulo. Já, para outros, uma forma de acomodação. E é tão comum ver, nós, jovens de 20 e poucos anos, passeando entre o estímulo e a acomodação em um transe sem fim que já não é mais novidade existir as desistências.


Não que sejamos fracos, mas a busca pelos sonhos chega a ser inevitável e desistir da ordem lógica da vida passa a ser uma necessidade. 

domingo, 15 de julho de 2012

Ter certeza do ser mesmo que não seja

Os anos vão se passando... Os malandros vão ficando trouxas por insistirem sempre nos mesmos truques e os trouxas se tornam malandros por não acreditarem mais em qualquer historinha mal contada. E para facilitar ainda mais a vida, a internet está aí para provar quem é de verdade e quem é de mentira neste mundo moderno.

Não, este não é mais um post de falsidade, até por que, como eu disse, os trouxas são os malandros da atualidade. A farsa, no caso, é do indivíduo consigo mesmo. Depois que o santo Google surgiu, os especialistas se aglomeraram não só na web, mas nas ruas (através dos seus mobiles). Se acham os verdadeiros discípulos do buscador e afirmam com veracidade as mentiras formuladas em seus pequeninos cérebros.

Hoje, a cultura do falar demais e fingir que faz, está presente em nosso cotidiano. Já virou rotina. É válido querer saber mais e compartilhar as informações, mas há a longa distancia entre o ler, o entender, o digerir, o interpretar e o repassar. Está tão normal o ato de simplesmente vomitar conteúdo fazendo cara de quem o tem que as chances de se encontrar alguém que realmente o sabe são quase nulas.

Não é uma crítica, muito menos um aviso. É uma constatação diária da incompetência e da ingenuidade vivendo em harmonia na sociedade.