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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Cinza

O caos está instaurado. Desde quem nos governa até quem nos governa, sendo o primeiro a gestão pública e o segundo nós mesmos.

São tempos nublados para os que buscam. Em meio a tanto cinza, aonde encontrar os pincéis e tintas que irão nos colorir com caminhos, ideias e desejos concretos? De concreto só a cor mesmo. Nas ruas, muros, na cidade, no país e nos pensamentos.

Com tanto bombardeio de informações, verdades, nomes, a nuvem de poeira sobe cada vez mais alto nos deixando cada vez mais cegos. Mas engana-se quem pensa que a obscuridade não é premeditada.

Aonde fica a saída? Ou, enfim, a chegada? Alguém viu, sabe ou pressentiu? Por favor, que algo nos salve de tantas palavras. Estamos nos asfixiando e sufocando os demais. Ninguém mais se escuta!

Silêncio. A poeira do concreto começa a descer e os caminhos cinzas mostram seus tons. Mais fácil de diferenciar por onde começar, não é mesmo?

Mas ainda não é hora. Cada vez mais a nuvem de fumaça sobe mais e mais e mais alto. Muitos ficarão onde ela é mais densa e, submersos em si não conseguirão respirar o novo.

Tenhamos paciência e máscaras de oxigênio para sobreviver nesse período. Tudo está intoxicado e todos estão ainda estão doentes.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Conexão

Tantos estímulos. Luzes formando imagens. Um toque e tudo muda. Nenhuma dúvida fica. Tudo é respondido em milésimos de segundos. Rapidez. Agora. Já! Porém, é perceptível que quanto mais conseguimos absorver, menos sabemos.

Qual foi o assunto do último texto que leu? Qual era a mensagem dele? O título? A conclusão? Melhor, melhor... De qual último meme você riu? Qual último vídeo que assistiu? E o produto que comprou? Era necessário? Tem certeza?

Nos tornamos gênios da superficialidade. Sabemos de tudo o que é perecível. Uma corrida insana para ser o furo de reportagem. Ninguém sobrevive sendo o jornal da manhã quando já passou do meio dia.

Isso cansa. Temos ficado estressados e fingindo o tempo todo que não sabemos o porquê. A conexão com o exterior está mais do que consolidada, com cem por cento de êxito. Mas e a ligação com o nosso interior?

Olhar para dentro e ver o que você tem a dizer para si e não para o mundo através de uma tela luminosa. Fechar os olhos em silêncio, sentir cada músculo do corpo e a brisa batendo na pele. Olhar dentro dos seus olhos no espelho, conhecer cada pinta que te colore e em qual posição você se sente mais confortável para dormir.

Tenhamos mais calma. Não precisamos salvar o mundo todos os dias. Se tudo é urgência, nada é emergência. Se nos propomos a fazer ou aprender algo é preciso de um determinado tempo para ser produzido ou absorvido. Pressa e imediatismo nunca foram méritos.

A vida está preenchida com inutilidades que precisam ser compreendidas e associadas em milésimos de tempo. Encontrar o momento de desacelerar e diminuir o tempo de imersão com o mundo exterior vai nos levar a uma jornada do que é realmente importante para o crescimento, o autoconhecimento.

Já passou da hora. Chega de crises de ansiedade. De internações por estresse. De infartos antes dos 30. De horas gastas com trabalhos exaustivos sem propósito. E também de frustrações de gente grande quando, na verdade, é hora de aprendizado e crescimento pessoal. Um. Passo. De. Cada. Vez.


segunda-feira, 1 de maio de 2017

Personalidade

Não sou modelo. Nem de passarela, nem na vida. Porém, preciso manter uma imagem exemplar, mas não daquelas que tomam partido; pior, aquelas figurativas onde as pessoas olham e não conseguem decifrar por que, na verdade, ela não tem conteúdo a compartilhar.

É assim o sentimento de todos os dias, já que minha imagem é veiculada ao modo como me sustento. Ou tento. Não posso ser extrema, como também não sou moderada. Não sou nada.

Acredito que, por tanto tempo trabalhando a falta de personalidade para me encaixar em todos os lugares, acabo não me encaixando em lugar nenhum. Pareço descartável. Devo mesmo ser no ponto de vista de quem não me enxerga.

As chamadas são para uso superficial do ofício que desconfio que esteja minguando com a quantidade de oferta de gente cheia de personalidade, verdade, vontade, vaidade, gratuidade, mas pouca habilidade. Tudo se torna banalidade.

Insignificância. É isso. É preciso retornar do ponto onde comecei a me anular. Se pelo menos soubesse onde me deixei perder, não estaria correndo no escuro para me encontrar.

A necessidade de luz não é apenas da capturação das imagens. Até pra isso existe compensação. Para finalmente o encontro de mim acontecer novamente será preciso diminuir a velocidade, aumentar o foco e conseguir mais profundidade.

Consigo operar uma máquina. Consigo regular uma mente?


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Shhh...

Mundo paradoxo onde somos obrigados a nos transformar em pessoas criadas a partir de expectativas, porém, ao mesmo tempo, devemos ser desprendidos de opiniões alheias sobre como devemos ser. Por isso, hoje, me deixe sozinha em meu silêncio. Deixe que eu esvazie-me de todos os pensamentos até sobrar somente a essência, e dela, reconstruir importantes pedaços de mim deixados de lado com o intuito de adaptar-me a um modelo pré disposto.

Apenas deixe-me. Deixe-me sozinha em meu silêncio.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Somente um dia

Somente um dia é necessário para transformar o pensamento, as atitudes e, definitivamente, mudar o rumo da vida. Finalmente o tão aguardado chegara para limpar as nuvens que ameaçavam tempestades de dúvidas e incertezas.

Neste dia fatídico as barreiras colocadas a partir de teses mirabolantes criadas em nossa mente são derrubadas, pois são somente lixo cerebral e só tem a serventia de nos limitar. Mas para atingir esse resultado devemos curar o pensamento. Ele é a primeiro estágio, o nosso guia diário e nos faz escolher desde o que tomaremos no café da manhã até o nosso destino, como também se este é mais um ou o melhor dia de nossas vidas.

Em um segundo momento, aja. De que adianta o pensamento livre em um corpo estagnado? Ande, caminhe corra, voe! Aproveite uma mente cheia de espaços vazios, antes impregnados pelas barreiras, e a ocupemos com pretensões e vontades. Certeza de que elas lhe darão força para se movimentar. Afinal, para as coisas boas virem, devemos procurá-las primeiramente. Partir, apesar das dificuldades, por que estas são inevitáveis, porém, não devem ser as protagonistas de nossa historia.

Por último, a parte mais fácil da trilogia. Sem que nos esforcemos muito, a mente e o corpo começam a se mesclar. Unidos pelo mesmo objetivo criam caminhos e uma infinidade de destinos. A felicidade, a tranquilidade e a certeza estão em todos eles, independente de qual seja a escolha. Agora é a vez da vida, por si só, nos dar aquele empurrãozinho o lugar onde nos sentimos a vontade para criar, sentir e ser.

por Venes Caetano