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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Personalidade

Não sou modelo. Nem de passarela, nem na vida. Porém, preciso manter uma imagem exemplar, mas não daquelas que tomam partido; pior, aquelas figurativas onde as pessoas olham e não conseguem decifrar por que, na verdade, ela não tem conteúdo a compartilhar.

É assim o sentimento de todos os dias, já que minha imagem é veiculada ao modo como me sustento. Ou tento. Não posso ser extrema, como também não sou moderada. Não sou nada.

Acredito que, por tanto tempo trabalhando a falta de personalidade para me encaixar em todos os lugares, acabo não me encaixando em lugar nenhum. Pareço descartável. Devo mesmo ser no ponto de vista de quem não me enxerga.

As chamadas são para uso superficial do ofício que desconfio que esteja minguando com a quantidade de oferta de gente cheia de personalidade, verdade, vontade, vaidade, gratuidade, mas pouca habilidade. Tudo se torna banalidade.

Insignificância. É isso. É preciso retornar do ponto onde comecei a me anular. Se pelo menos soubesse onde me deixei perder, não estaria correndo no escuro para me encontrar.

A necessidade de luz não é apenas da capturação das imagens. Até pra isso existe compensação. Para finalmente o encontro de mim acontecer novamente será preciso diminuir a velocidade, aumentar o foco e conseguir mais profundidade.

Consigo operar uma máquina. Consigo regular uma mente?


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