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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Helena

Era um dia de semana como outro, nada diferente habitual havia acontecido. Só queria mesmo era chegar em casa. Subi a rua bem devagar, como de costume, para aproveitar um pouco mais o ar livre. Tranquila, por ser sem saída, às vezes posso ouvir o som dos passarinhos me recepcionando a cada passo.

Olho para o portão e vejo se tem alguém a minha espera. Quase nunca tem, mas às vezes meu avô coloca o lixo para fora justamente na hora que estou chegando. Pode ser coincidência, mas prefiro acreditar que não. Ele coloca os saquinhos no chão e me olha sorridente na maioria das vezes.

Sempre chego depois de escurecer, porém desta vez o sol ainda estava se pondo. O dia estava amarelado, como um típico fim de tarde de verão. As luzes dos postes começaram a acender e, ainda envolvida com o som dos pássaros, olhei em direção à casa.

Ela estava ao lado do meu avô que sorria como quem ganha um presente esperado por anos. E instantaneamente parecia que tinha entrado em um transe que misturava felicidade e ansiedade. Sentia a vibração mesmo que de longe ainda. Tive vontade de correr, mas ver aquele sorriso gostoso dos dois eternizado em minha mente, me fazia dar passos vagarosos.

Foi uma visita rápida, daquelas que só tomam um cafezinho, comem um bolo quentinho e falam sobre coisas banais. Porém, nem uma palavra foi dita. Para nós, bastava apenas trocas de olhares para que soubéssemos o motivo da ilustre presença dela.


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