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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O final

Muitas perdas, mesmo que não diretamente minhas, nos últimos meses. Todas tão repentinas. Achei que fosse demorar mais um pouco para essa sequência triste da vida se fazer evidente. É essa constância que me assusta, não o fato das pessoas partirem, mas a sequência frenética de idas.

Sinto como se fôssemos frágeis demais... E realmente somos. Como se essa crença de final feliz realmente não existisse. Como posso falar somente pelos que ficam, perder uma pessoa importante não me parece ser um caminho para essa tal felicidade. É como se nosso mundo acabasse quando o outro fecha os olhos.

O grande problema não é a morte em si, mas não ter a certeza de, se quando partimos, tudo vai acabar ou se ainda temos uma - ou inúmeras - chance(s) de retornar e reencontrar nossos queridos, mesmo eles tendo nomes, profissões, endereços e personalidades diferentes. A grande questão é deixar de viver - no sentido de explorar, conhecer, aprender. Como também de conviver, de sentir, de estar. Este, sim, é o maior medo.

As feridas de quem fica se tornam cicatrizes e elas não são bonitas de serem exibidas. Esse é o único resultado do tempo: marcas. Quem dera se ele curasse, mas só ameniza quele vazio inexplicável que se instala em nossa alma.

Mesmo com toda a certeza de que iremos morrer, não há certeza alguma de viver.

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