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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Moldes de conveniência

Me fascina nas crianças é não terem medo de ultrapassar limites. Tenho observado bastante o comportamento delas diante das dificuldades, das certezas, dos perigos e me deslumbrado cada reação.

Não importa qual o objeto de observação e a serventia dele. Tudo é desafiado, desmontado, equilibrado para atender a curiosidade dos pequenos de saber quais as possibilidades - além das que já existem - que aquilo poderá lhes oferecer.

No meio do processo, surge a interferência dos pais e tios - avós, não - para mostrar a maneira "correta" de se fazer as coisas. As asas começam a serem cortadas e as vontades interrompidas. Será que é nesse momento que a nossa criatividade começa a ser podada?

Começamos a nos influenciar nas opções que temos, nas escolhas que fazemos, pois temos uma referência, mesmo que distorcida, do que se deve fazer. Tudo passa a ser um tabu: quais cores podemos usar, que formas são apropriadas de se exibir, as palavras que não podem ser ditas.

Criamos um universo proibido e inapropriado. Quando adolescentes passamos a refletir, a discutir e desafiar o por quê disso tudo. Já adultos, estamos prontos e condicionados a pensar como uma maioria vazia e cheia de regras pré definidas.

A partir daí, a vida nos mostra que estamos prontos para trilhar o caminho inverso. Vimos exemplos de todas as formas, lemos alguns manuais, observamos comportamentos e passamos a reestruturar nossas ideias. Temos que forçar nossa memória, vontade e lembranças para que possamos desenvolver algo que realmente mude nossas mentes tão acinzentadas, mesmo tendo passado tempo demais.

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