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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu nunca vi um negro

Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Miguela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon foi a primeira moça que usou de sua influência para com as pessoinhas que tinham mais melanina. Certamente não foi ela que começou com a idéia Abolicionista, mas minha dúvida é o que a levou a se interessar por essas tidas como inferiores.

Aproximadamente 122 anos depois, as pessoas ainda não se acostumaram com a presença dos queridos  com a melanina nas alturas no mesmo ambiente que os branquelos de cabelos lisos (e fakes como os meus), Brazyl? Chega a ser um estranho, quando, na verdade, era para ser o contrário.

Imaginem vocês que 45% da população total do Brasil, de acordo com o Censo Demográfico de 2000, ouvem e sentem, todos os dias, as perguntas e os preconceitos de uma porcentagem muito infeiror, o RESTO da população. São 76 milhões de brasileiros tratados como seres estranhos, que são a segunda maior concentração do mundo. E só perde para a Nigéria.

No conceito de 'Ser diferente é normal' o que realmente temos de diferente? Cor, estilo, conhecimento? Se cada vez mais estamos tentando nos desvincilhar dos padrões, nada melhor que somente um negro em um lugar onde tenham 99,9 % de pessoas desprovidas de pigmento para que se torne o centro das atenções.

A diferença do negro para o resto das pessoas é que eles nascem somente para explicar à sociedade como é crescer sentindo o preconceito. E de acordo com as mudanças nas leis, também explicam o que acham das cotas e o desenrolar dessa discriminação (ou não). E quando conseguem se fazer entender para os curiosos, ainda acham estranho toda sua sabedoria.

O Thiago Tomé expressa na música Da pele Preta um pouquinho do contexto.

"Da pele preta,
cabelo escuro,
nariz batata,
cabelo duro
Eu sou negão!"

6 Comentário:

Unknown disse...

Fala Grazi!
Estou adorando os seus textos. Críticas na medida certa.
Adorei também você ter citado o Thiago Thomé e a composição dele - Da Pele Preta.
Conheço o Thiago desde que nasci e cresci com ele. Fui ao show dele mês passado e você tinha que ter visto o público indo a loucura quando ele tocou essa música.

Parabéns!

Jéssica Nayara disse...

Amiga... Adorei a critica. Não é fácil viver sentindo o preconceito. Beijos

Fabio Alves disse...

logo logo .. vem a a réplica !

Mariana Silva disse...

Ótimo post! Quem dera se minha melanina fosse nas alturas... >.<'

Tamiris Barros disse...

Adoorei! Você escreve muito bem! :DD


E oh, foi só tirar umas semaninhas de férias de blog que o seu já tá com outra cara?!! Adoreiii...

Lalá Ribeiro disse...

Caraca preta... vou mentir não! Me esbarrei no seu nick no msn e vi o liink pro blog. Cá estou! Vou te falar, mandou muito... e como dizia alguém que escreveu a tal música e foi cantada por Dona Cássia Eller: "Eu sou neguinha..."