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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Onde está seu negocinho?

Em tempos de vaquinha para comprar um fone para um funkeiro carente, venho com uma curiosa história que me ocorreu há um tempo.

Em uma das minhas viagens usando o transporte publico, me acomodo no banco alto - complexo de baixinha -  para poder obeservar a hyk@ paisagem do subúrbio carioca que passa diante dos meus olhos acostumados.

Eis que ao meu lado, senta-se uma distinta senhora - que, certamente, faz parte do bonde das vovós fofinhas - com fios brancos e rugas que contam histórias por si só.

*cutuque*
- Oi. - diz a velhinha.
- Oi - respondo educadamente estranhando

Não, ela não fazia parte daquele grupinho insuportável que mira na sua cara de pamonha e comeca a reclamar da vida.

Velhinha: Onde está seu negocinho?
Eu: Negocinho? - #medontrazyl
V: Aquele negocinho de colocar no ouvido...

E não, ela também não estava me dando bronca por escutar funk nas alturas.Sou moça direita, como sabem. A senhora só queria saber o porquê eu não estava com fone de ouvido. Interessante, não? Ela me apontou outros três jovens introspectivos que estavam fazendo uso do ipod, celular e mp3 - existe ainda?. Somente eu destoava do grupo.

Será que ela sentiu pena de mim? Uma pobre menina de classe média que não tinha dinheiro para comprar um fone e ao menos fingir... Ou será que sentiu um alivio pela sociedade que ainda tem salvação através da  comunicação sendo feita ao vivo também.

Fiquei mais intrigada do que ela durante um bom tempo, e ainda estou, confesso. Queria saber o que se passava  naquela cabecinha branca enquanto dizia que não tinha como ouvir música no ônibus e que não sentia essa necessidade.


Se eu sinto as mudancas atraves da tecnologia - lê-se Atari, Meu Primeiro Gradiente e Disket - imagine a grande evolução a partir do rádio, da vitrola e do gerador que apagava todas as luzes às 21h?

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